quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

TODA A VERDADE

Nos comentários foram feitas algumas perguntas a que esta minha resposta poderá tirar dúvidas. Surge aqui, porque me parece ser de interesse geral, agora que o problema do Kosovo está na ordem do dia.

Estive na Jugoslávia em 1989. Durante quinze dias percorri a costa Adriática,desde Dubrovnik até Belgrado, passando por Split e Sarajevo... Fiquei maravilhado com a sua beleza natural, a sua diversidade cultural e religiosa, e preocupado com o que iria acontecer, depois de diluída na memória dos povos a figura de Tito, que apesar de ter morrido em 1980, era a única personalidade que conseguia manter enterradas as lembranças de guerras passadas, e aceitáveis as desigualdades visíveis entre Sérvios, o grupo étnico mais importante, os Croatas, de maioria católica, os Eslovenos, os Montenegrinos... Este país, era uma federação de seis repúblicas e três regiões autónomas, entre as quais o Kosovo, com quase dois milhões de albaneses. Com o decorrer do tempo, a unidade do país começa a degradar-se e as diversas repúblicas começam a proclamar a independência: Eslovénia, Croácia e Macedónia em 1991, Bósnia em 1992. Com guerras entre eles, com a ONU a expulsar, a Nato a bombardear, a CE a sancionar...
E eu, e o grupo de amigos que tínhamos estado na Jugoslávia, que fazíamos dessa viagem de sonho uma das mais maravilhosas da nossa vida,ficávamos atónitos e revoltados por vermos locais paradisíacos, únicos, a serem bombardeados, pessoas (que será feito de Andres, guia doutorado em turismo, que falava fluentemente dez línguas, que nos acompanhou e nos explicou tão bem a diversidade de povos e religiões, ele que acreditava no futuro da Jugoslávia - que será feito dele? Perguntávamos –que foi feito dele? Perguntamos, ainda) a serem trucidadas, enterradas em valas comuns...
...e o Tribunal Penal Internacional a julgar a partir de 1993. A mostrar fotografias das atrocidades cometidas...
As personagens dessa tela, eram pessoas que eu podia ter conhecido...
Mesmo que não me tenha cruzado com elas, ouvi os seus gritos...
Este foi o meu... não foi ouvido... e ainda há o Kosovo...

Estive a escrever estas palavras e a ouvir no YouTube, Miss Sarajevo dos U2 - Pavarotti & Friends. Não ficou ao alcance de um clic porque ainda não sei fazer isso com segurança e tinha medo de perder todo o que tinha escrito...

12 comentários:

Anne M. Moor disse...

Obrigada António! Ao escrever a pintura nos levas na viagem que fizeste e em outra de interrogações de por que tem de ser assim... O movimento no mar nesta tua pintura agora fica explicado. Lindo o pintar da pintura que escreve tanto sentimento do poeta/pintor...

jorge disse...

Estas tetrico, querido amigo. Ayer las calaveras, hoy la debacle de Yugoeslavia.
Los seres humanos siempre nos superamos a la hora de cometer atrocidades.
No conozco el pais (ahora los paises) pero me han comentado que existen zonas bellisimas.
Tener conocidos en un conflicto puede ser horrible, sobre todo si no logras informacion. A mi me paso con una querida amiga argentina, aun hoy no se que fue de ella.
Un abrazo de paz

Pakous disse...

Hola amigo Antonio,
El caracter humano tiene esas cosas, en esta zona que nos encontramos ahora, llevamos unos tiempos de tranquilidad, pero me aterroriza lo que pueda pasar si ese equilibrio se rompe y volvemos a las andadas.
Veo atrocidades en muchos paises, y lo que pasó en Yugoslavia puede pasar aquí mismo en España o en cualquier otro país. Solo deseo que eso no ocurra y podamos seguir siendo nosotros mismos.
Un abrazo querido amigo.

gorrión disse...

....la historia nunca mejor dicho está para que aprendamos de ella y así no repetir tragedias semejantes, pero así somos los seres humanos de "desmemoriados" para nuestra desgracia.
Dentro de la generalidad de ese conflicto yo me pregunto, ¿y qué fue de Andrés?, ¿dónde estará? ,¿No has pensado en buscarle....en localizarle ?
En estos casos , son las historis pequeñas, individuales las que realmente nos agitan y movilizan para , como seres humanos, encontrar el mayor bien poniendo nuestro corazón en ello. Como dice el Talmud , "Quien salva a una vida...salva a la humanidad".
Quizás esté en tu dstino hacer algo por Andrés , querido sabio de la LUXitania...y con ese gesto habrás contribuido a hacer algo por todos los seres que allí viven con cierta esperanza de vivir algún día en paz.
Abrazos miles de abrazos para tí y para el resto de buenos amigos que siempre te acompañan!

A.Tapadinhas disse...

Fizeste bem em fazer ressaltar o que de positivo aconteceu nesta minha viagem. Os reflexos sugerem o que eu devo pensar agora: águas passadas não movem moinhos...
António

A.Tapadinhas disse...

Não, Jorge, eu hoje (agora)já estou bem. Estou indeciso sobre que pintura mostrar aos meus amigos... Não é fantástico, ter um problema como este?
Abraço, amigão.
António

A.Tapadinhas disse...

É verdade, Pastor de Estrelas, que para um observador descuidado,a tranquilidade e a paz são coisas tão essenciais que parecem um dado adquirido pela nossa civilização. De vez em quando acontece algo que nos abala essa convicção. Temos de estar atentos... e acreditar na bondade humana...
Abraço.
António

A.Tapadinhas disse...

Lobo das Astúrias, com coração de pardal=gorrión, hoje deixaste-me completamente de rastos, quando confessaste o esforço e o prazer que te dá comunicar, no tempo livre de que dispões, com a pequena (GRAAANDE!!!) comunidade que vamos construindo... Estou de acordo contigo e com o Talmud. Quem quer salvar o mundo, pode perder a oportunidade de salvar o vizinho...
Abraço, amigo.
António

SHE disse...

No es extraño que una persona de luz como tù, que irradia bondad y paz en cada pintura, en cada palabra, te adentres en el espìritu
humano a conciencia y estes pendiente de los demàs, como Andrès, a quien espero la buena suerte le proteja.Cada cosa que tu pintas o escribes, es un rayo de esperanza para esa tranquilidad del alma que tanta falta hace en este mundo, sigue pintando Antonio, sigue describiendonos aquellas historias buenas y malas que han hecho de tì una persona maravillosa y dulce.

Te mando un cariñoso abrazo y le devuelvo otro a Gorriòn ,que fuè tan amable que mando el suyo hasta
mì.
besos

A.Tapadinhas disse...

Queria ir deitar-me mas não ficaria descansado se não te agradecesse as carinhosas palavras que me endereçaste. A esta hora a inspiração não será muita mas o carinho compensará essa falta.
Um beijo luminoso.
António

ana disse...

Yo espero que tus próximas experiencias sean más agradables, aunque las telas resultantes no tengan tanto poderío como las de los huesos.
Un abrazo Antonio,
ana

SHE disse...

gracias Antonio.