quinta-feira, 29 de julho de 2010

PÔR-DO-SOL NA RIA (2)


Quintas do Norte Acrílico sobre Tela 40x60cm

Neste quadro, ao contrário do que acontece na vida, comecei pelo céu. As cores utilizadas servem para dar os reflexos que as águas calmas da ria recebem do alto.
Só depois de estar satisfeito com todo o espelho de água, comecei a espetar as estacas no terreno lodoso. Para melhor destacar a sua elegância, utilizei diversas camadas de tinta bem espessa.
Eliminei uma outra embarcação que estava no desenho inicial, bem como todos os pormenores que poderiam distrair a atenção do essencial: sensação de paz e tranquilidade.
Para reforço da harmonia da obra, sem beliscar a sua força, o azul do céu é o mesmo do barco e da água, e na linha do horizonte está o mesmo conjunto contrastante do verde e azul que lhe dão cor.
Parece-me uma obra refrescante para estes dias de calor…

segunda-feira, 26 de julho de 2010

PÔR-DO-SOL NA RIA


Quintas do Norte (em construção) Acrílico sobre Tela 40x60cm

A Murtosa é uma Vila do distrito de Aveiro situada numa planície junto ao Oceano Atlântico, cuja origem remonta aos inícios do século XIII. A sua íntima ligação com o Oceano e com a Ria que tem aqui o seu maior espelho de água, justificavam que as suas principais actividades tenham sido a pesca e o moliço, nome dado à apanha de algas que são utilizadas como fertilizante natural. Os barcos moliceiros ainda continuam a ser utilizados na arte Xávega, um tipo de pesca de arrasto em que o barco sai de terra deixando no fundo uma corda ligada a uma rede, que depois é arrastada até á praia, puxada por bois ou tractores, com o peixe que apanha pelo caminho.
Este trecho da paisagem seduziu-me pela elegância das estacas espetadas no fundo lodoso da ria.
É a partir destas pinceladas de cor dadas com a tinta diluída em água, que eu vou salientar com a tinta mais espessa, as cores e texturas, com vista a conseguir o efeito que pretendo: a tranquilidade de um pôr-do-sol.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

PALAFITAS


Carrasqueira Acrílico sobre Tela 30x40cm

Cá está o segundo quadro da série “Palafitas”. Podem rever o primeiro na minha entrada de 11 de Maio de 2009.
A Carrasqueira é uma aldeia, em plena Reserva Natural do Estuário do Sado, que conserva algumas construções em madeira coberta de caniço – os palheiros – e um cais de estacas de madeira (palafitas), que se prolonga por centenas de metros sobre os esteiros lodosos do rio. Foi um processo iniciado por dois pescadores que criaram um acesso para chegarem aos seus barcos, sem se enterrarem no lodo, aos quais se foram juntando outros, até se chegar ao emaranhado de estacas que tornaram este local um dos mais visitados do concelho.
Já estou a trabalhar no quadro seguinte desta série.

domingo, 11 de julho de 2010

FALANDO DE PELES...


Pele de Pinheiro Acrílico sobre Tela 50x50cm

A minha entrade de 8 de Abril, The Unknown God, concluía assim:
E já olharam bem de perto a casca de um pinheiro-manso? As suas diversas camadas estão perfeitamente definidas, consoante o tempo de exposição ao sol, com uma inenarrável gama de cores quentes, delimitadas por traços de tinta-da-china preta, num trabalho delicado, que só pode ser de algum “UNKNOWN GOD”…
Como não tive nenhuma resposta, parti do princípio que ainda não a tinham olhado e apreciado em todo o esplendor da sua beleza.
Aqui está a oportunidade de confirmar que não exagerei!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

DEPOIS DE VAN GOGH (2)


Cais de Alhos Vedros Acrílico sobre Tela 30x40cm
(clique sobre a imagem)

O realismo do desenho, os seus pormenores, serve para eu me deleitar na liberdade da pincelada, no seu empaste e, mormente, na intensidade da cor que, só por mera coincidência, coincide com a realidade.
Do primeiro plano desapareceu uma estaca que lá estava inicialmente para conduzir o olhar do observador para a direita do quadro: deixei essa missão para a margem multicolorida que nos espreita…
O contraste dos amarelos e azuis é realçado pelos tons verdes (soma e complemento de ambas as cores) das margens e suavizado pelos acordes rosa, presentes no céu e na água que deve ser o seu espelho.
Olhando para este trabalho concluído, quero dizer, com a maior franqueza, que não noto nenhumas diferenças em relação aos meus mais recentes quadros.
Será que os meus amigos notam algumas?
E com esta música?