segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

RED, RED


Red, Red Autor António Tapadinhas
Óleo sobre Tela 100x100cm

Sem luz não há cor. O olho humano é capaz de distinguir uma gama de comprimentos de onda entre os 7600 angstroms (vermelho) e os 3800 angstroms (violeta), cabendo aqui um enorme número de tons sem limites definidos. Quando a luz incide sobre o objecto, todas as cores são absorvidas por este, com excepção das cores correspondentes às frequências da luz que o ilumina. Essa luz que é reflectida dá-nos a cor do objecto.
Neste quadro, utilizei, em toda a sua amplitude, a força cromática dos vermelhos. Desde o vermelho de cádmio, o mais poderoso, por ser sólido e opaco, até ao carmim de garança, muito transparente, aveludado e luminoso. Quis ter a certeza que a minha obra reflectia paixão e sentimento, amor e desejo, dinamismo e vivacidade.
Tudo aquilo que nos mantém vivos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

AMARELO, AMARELO


Amarelo, Amarelo Autor António Tapadinhas
Óleo sobre Tela 100x100cm

Esta cor está associada à felicidade.
Ficará umbilicalmente ligada à descoberta de mim próprio como pintor, quando tomei consciência que através da pintura podia comunicar com a alma de um génio que eu admirava, mas que a exiguidade das palavras não chegavam para o que lhe queria dizer.
Em cada obra que concebo e realizo, pergunto-lhe a opinião. Por vergonha ou, talvez, nem eu sei, por modéstia, guardo comigo os seus comentários, as suas críticas…
Nesta obra, em que a sua cor preferida, cobre todo o espaço, exalto o optimismo, desfruto o seu calor, gozo a sua luz, embriago-me com o seu luxo!
Não esqueço que é nesta cor que se representa a loucura, a fúria, a morte ou o suicídio…
Poderá ser verdade, mas a verdade absoluta não existe.
Para mim, esta é a cor da felicidade.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

MALANGATANA


Malangatana
Quando estava a preparar nova entrada, tive notícia da morte de Malangatana. Não podia ficar indiferente. Admiro o pintor, tive o privilégio de o conhecer e ficar seu admirador e amigo.
Tenho para mim que a melhor maneira, talvez a única, de homenagear um artista é apreciar a sua obra. Por isso, aconselho vivamente quem me lê, a ver ou rever, algumas das suas pinturas ou esculturas. Malangatana era, é, um dos mais prestigiados pintores mundiais da actualidade, que com a sua morte deixou mais pobre o mundo lusófono. Na Casa da Cerca, em Almada, está patente uma exposição de obras do artista.
Muito novo, foi preso pela PIDE, juntamente com outros “perigosos” elementos, como, por exemplo, José Craveirinha, por pertencerem à “organização terrorista FRELIMO”. Saliento este facto da sua vida porque dentro da grandeza do seu coração não cabia o ressentimento e muito menos o ódio. É Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, foi galardoado pela Unesco, pela Holanda, na confirmação do seu princípio que a cultura não tem fronteiras e deve ser encarada com dignidade por todas as raças.
Como ele dizia, a cultura é mulata.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

COR-DE-ROSA


Pink, Pink Autor António Tapadinhas
Óleo sobre Tela 100x100cm

No início deste novo ano, apresento a minha segunda obra monocromática.
A primeira, por influência dum amigo, foi sobre a cor azul, uma das cores primárias.
Nesta, a escolhida foi cor-de-rosa, uma cor secundária, quente, culturalmente conotada com o elemento feminino desde a antiguidade.
Actualmente, está relacionada com o amor e a paz.
Acredito que as cores têm uma enorme influência psicológica sobre todos os seres. Sendo assim, esta é a minha contribuição para que este ano seja especial. Para quem não acredita, digo como o poeta:

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo…