quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

AS CIDADES DAS EMOÇÕES


Palácio da Vila Óleo sobre Tela 60x100cm

Em 29 de Junho, mostrei o meu quadro que dava uma interpretação do significado do Convento dos Capuchos, em Sintra. Pela sua semelhança, com "Convento da Arrábida", lembrei-me desta obra, “Palácio da Vila”, de 1996.
Sintra é, desde 1995, Património Mundial, no âmbito da categoria Paisagem Cultural da UNESCO. O nome, com contornos místicos, deriva de cynthia, símbolo da lua na mitologia céltica, que fica muito a propósito com a neblina característica da Serra, que envolve os seus diversos monumentos.
Este Palácio, cuja traça original é de autor desconhecido, consiste num conjunto de volumes, aparentemente separados, mas articulados entre si, por corredores e galerias, por escadas e pátios…
É mais um quadro de que perdi o rasto: na altura em que foi comprado, ainda não tinha registos das minhas obras. Ter uma fotografia dele, já é qualquer coisa de especial.
Se o seu possuidor passar por aqui, terei muito prazer em cumprimentá-lo!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

ARRÁBIDA MEETINGS


Convento da Arrábida Óleo sobre Tela 60x100cm

O Convento da Arrábida foi fundado em 1542 por Frei Martinho de Santa Maria, a quem foram cedidas as encostas da Serra, pelo primeiro duque de Aveiro, D. João de Lencastre (1501-1571).
Os primeiros quatro frades arrábidos – Martinho de Santa Maria, Diogo de Lisboa, Francisco Pedraita, São Pedro de Alcântara – viveram dois anos em celas escavadas na rocha, num local de culto a que se chama Convento Velho.
Este conjunto está situado numa zona de rara beleza, propícia para a reflexão e o recolhimento de acordo com o estilo de vida dos franciscanos.
Depois da extinção das ordens religiosas (1834), todo o conjunto sofreu várias pilhagens e estragos causados pelo seu completo abandono. Em 1990, a Casa de Palmela, vendeu o Convento e a área envolvente à Fundação do Oriente, e a partir daí, a sua recuperação patrimonial e cultural tem sido uma realidade. Por exemplo, os Arrábida Meetings, fórum internacional dedicado à análise de temas políticos, sociais, científicos, históricos e artísticos, tanto a nível nacional como internacional.
Tenho pena, mas desta vez sinto mais do que em qualquer outra altura, que a realidade é muito mais atraente do que a minha pintura. Quem conhece o Convento e a Serra sabe que é verdade. Quem não conhece, aproveite a primeira oportunidade e não se arrependerá.
Palavra de Pintor!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

AMIGOS PARA SEMPRE!


Rafael 8 meses

Este fim-de-semana foi passado no Algarve com alguém de quem dei notícias em 18 de Junho: o meu neto Rafael.
Volto agora a dar notícias dele, sem dizer que é o mais lindo e o mais esperto, por causa das discussões que poderia levantar com outros avós… Também não é para lhes contar os seus progressos na pintura… Quero só dar notícia duma combinação que fizemos.
Fomos dar um passeio pela marginal da Praia da Rocha, a gozar a temperatura e luminosidade dos dias fantásticos de um Inverno sem crise. Depois da minha desistência por KO, no transporte às cavalitas dos seus 9 irrequietos quilos, fomos almoçar…
E foi ali, no restaurante, eu com uma bem merecida caneca de cerveja, e ele a morder o seu primeiro Gressino, que selámos um pacto para o resto da nossa vida:
- Amigos para sempre! Hurra! Hurra! Hurra!
Ele ainda não sabe, mas os pactos entre avô e neto são sempre assim!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

PORTUGAL PROFUNDO


Golegã Óleo sobre Tela 80x100cm
Por motivos pessoais, deslocava-me com muita frequência ao Entroncamento. Fazia uma paragem, quase obrigatória na vila da Golegã, mais conhecida pela Feira Nacional do Cavalo Lusitano, que se realiza desde o século XVI, não sei se já nessa data por altura das festas do São Martinho.
A lezíria, sempre deslumbrante, é atravessada pelos Rios Tejo e Almonda, que servem de abrigo natural à maior colónia de garças da Península Ibérica. Mas não é só a natureza que é apelativa: para os amantes da arte, podem ser visitados a Casa-Estúdio Carlos Relvas, ou o museu Martins Correia, com uma valiosa colecção de arte moderna.
Foi por essa altura que pintei este quadro, em que procurei dar relevo às casas tradicionais, com um belo espaço de terra, ideal para que os miúdos joguem à bola sem chocarem com automóveis, digo eu! Dirão outros: belo espaço para construir apartamentos… Inevitavelmente com uma cereja no topo: um centro comercial!
Fico triste, mesmo arriscando que me digam: É o progresso, estúpido!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

PINTOR DE FIM-DE-SEMANA (2)


Represa Óleo sobre Tela 30x40cm
Agora, deixemos o alto, e a sua paisagem deslumbrante de verde salpicado com o azul do rio Alva. Vamos descer aquele estreito carreiro e sentarmo-nos confortavelmente, junto ao rio. Deixemos que os sons que nos circundam nos encham os ouvidos: o marulhar das águas na represa, a conversa das folhas das árvores com a ligeira brisa, o gorjeio dos pássaros…
O paraíso deve ser já ali!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

PINTOR DE FIM-DE-SEMANA


Sarzedo Óleo sobre Tela 100x80cm

Há uns anos, um casal amigo a residir em Setúbal, pediu-me para lhe fazer um quadro da sua terra natal, Sarzedo. Convidaram-me para passar lá um fim-de-semana, para conhecer o local, que diziam ser idílico. Confesso que a razão que me levou a aceitar o convite foi a sua proximidade da aldeia histórica de Piódão. Não foi necessário muito tempo para reconhecer quão estava enganado. A aldeia está situada na Beira Serra, entre a serra da Moita (mesmo nome da terra onde vivo) e o rio Alva, afluente do rio Mondego, no concelho de Arganil. A dificuldade foi escolher, tantas as hipóteses de paisagens verdejantes que a zona proporciona. Este quadro está na sala dos meus amigos, para manterem viva a lembrança das suas origens. Tenho um apontamento tirado no local, junto à represa, que mostrarei na próxima entrada, porque considero que transmite com fidelidade a exuberante beleza do local.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O NOME DAS COISAS (3)


Marcador sobre papel


Tenho resolvido o problema de dar títulos às minhas obras: peço aos meus amigos e o problema passa a ser o inverso, porque a dificuldade passa a ser escolher entre tantas e criativas sugestões. Ora vejam:
Para a primeira peça tive “Azul y Rojo”, “Alma Aflita”, “Caminhos”, “Camadas”, “Entre a Terra…”, “Embarcação”, “Paralelas”, e o que eu escolhi foi:
“Despertar en la Orilla”, de €riK,
“Despertar na Margem”.

Na segunda peça, as sugestões foram igualmente de autênticos mestres: “Olhares”, “Filosofia de Vida”, “Sentimento Dissolvido”, “Azul, Azul”, “Retalhos do Mar” e a última que me chegou “Azul de Mar”.
Escolhi “Movimento Marinho”. A sua autoria é de três amigas: uma começou o movimento, outra secundou-o e outra completou o título. Para a história fica o nome das suas autoras: Anne, Ariana e Sibyla.
Tanto na primeira tela como na segunda, chegaram-me sugestões de irmãos do outro lado do Atlântico, que eu deixei para o fim, por serem, além de criativas, comestíveis. Foram elas: “Sanduíche” e “Prego”.
As minhas obras são um alimento espiritual para mim…
Desejo que possam servir de conforto (não me atrevo a dizer de alimento) aos amigos, porque assim já terão cumprido parte da sua missão!