segunda-feira, 26 de março de 2012

A MINHA CASA E OS QUADROS V

V QUARTO DO RAFAEL
Saindo do escritório, ao lado do quadro da senhora está a porta para o quarto do Rafael, que é também, o quarto da minha filha Elsa. Na altura em que tirei as fotografias, tinha estes dois quadros geométricos,


que considero integrados numa corrente artística conhecida como neoplasticismo, fundada por Pieter Cornelis Mondriaan, Piet Mondrian, um importante pintor modernista holandês, nascido na cidade holandesa de Amersfoort em 7 de março de 1872 e que faleceu em Nova Iorque, no dia 1 de fevereiro de 1944. É a primeira vez que os mostro.


Ao lado está o espaço reservado para a cama do Rafael estão dois quadros: o seu retrato com meses (11.Set.2009) e o de uma foca-bebé (7.Dez. 2007), que foi salva da “morte” pela minha filha…
Este trabalho, de 1998, resultou do apelo de uma câmara Municipal, aos artistas do Concelho, para colaborarem numa daquelas campanhas contra o massacre, especialmente repugnante, das focas-bebé. Continua atual, porque em 2006 foram alcançados números impressionantes: 355.000 focas mortas!
Eu fui atingido pelo problema num daqueles telejornais especialmente realizados por Cronenberg para a hora de jantar, em que se mostrava homens a matar aquelas coisinhas fofas com um bastão de basebol! Sem comentários. Adiante...
Quando tinha o trabalho quase concluído a minha filhota Elsa passou no estúdio para ver o que eu estava a fazer. Adorou, claro (é filha), e então eu disse-lhe que faltava pôr o sangue que inundava aquela água... Olhou para mim incrédula! Quando compreendeu que eu estava a falar a sério tirou-me o desenho, que ficou sujo, não de sangue, mas de duas lágrimas que lhe correram pela face...

sábado, 17 de março de 2012

A MINHA CASA E OS QUADROS IV

IV ESCRITÓRIO
Na postagem anterior dá para ver a entrada para esta sala, o escritório, onde tenho o computador e uma secretária.
Na parede tenho agora os seis quadros que já foram objecto de postagens individuais, como por exemplo Favela 911 em 11 de Novembro de 2010:
Favela no Brasil, bairro de lata em Portugal ou musseque em Angola, são palavras que definem a área degradada de uma cidade, caracterizada por moradias precárias, com edificações inadequadas e materiais de construção inventados, muitas vezes estranguladas entre morros ou colinas.
No meu quadro é o azul que oprime as casas e as pessoas que se adivinham nos intervalos coloridos das vielas estreitas e é o amarelo que serve de manto diáfano para a dureza do quotidiano.
Esta é a primeira obra duma nova série a que chamo, Favela, porque das palavras que definem esta realidade, é a palavra mais colorida.
Na penumbra dourada que suaviza as cores cruas do passado presente, espero que encontrem a beleza verdadeira, aquela que provoca arrepios, como na canção de Caetano Veloso, Menino do Rio.
Tomem esta minha obra como um abraço!

terça-feira, 6 de março de 2012

A MINHA CASA E OS QUADROS III

Hall
Ao lado direito do quadro "Floresta Maravilhosa" está uma porta que dá para o meu estúdio e, logo a seguir, outra que dá para o escritório onde tenho o computador e a secretária. Na parede seguinte, está a obra "Estás Cansada?" e logo a seguir a entrada para o quarto da minha filha e do meu neto, Rafael.

Duas idades
Era uma vez um domingo de Verão, há muito, muito tempo (Elsa fez 40 anos no passado Domingo), quando saí de casa para dar um passeio no campo, com a minha filha, Elsa. Levei comigo a máquina fotográfica para registar aqueles momentos de liberdade, já que os cheiros do ar, da terra e das flores silvestres, apenas se podem guardar na nossa memória.




Estás cansada?
Óleo sobre Tela 36x45cm




Seguíamos por um caminho estreito com a pequenita a apanhar todas as flores que podia para levar à mãe e à irmã. Eis senão quando, numa curva do caminho, vemos uma senhora de provecta idade sentada numa pedra. Cumprimentei-a e queria seguir quando me apercebi que Elsa, se tinha sentado ao lado dela, a olhar intrigada para a sua cara., e ouvi perguntar: “Estás cansada? O meu pai tem água para mim, mas se quiseres podes bebê-la!” A senhora sorriu e disse que lhe agradecia mas não precisava.
Quando nos despedimos, a senhora disse-me:
“O senhor é feliz porque tem uma filha muito bonita, mas também com muito bom coração... e quem nasce assim é para toda a vida!”