O VALOR DA EMOÇÃO
A capacidade que as pessoas têm de surpreender, não deixa de me espantar!
Hesitei imenso em colocar a minha cópia de “O Beijo” no blog. Não sabia qual seria a reacção. Resolvi arriscar, pensando que os meus amigos não seriam muito duros nas críticas (sabem que eu sou muito sensível), e os outros, bem, os outros não me afectariam assim tanto.
E o que acontece?
Recebo as manifestações mais comoventes de apreço pela obra e pelo seu simbolismo.
Como posso continuar a enganar-me assim? Vejam só!
Na preparação de uma exposição, tenho sempre em atenção o local onde tem lugar e, naturalmente, o tipo de pessoas que o frequentam. Para além de escolher as obras, procuro fazer uma, específica para o sítio em que é apresentada.
O dono da Galeria Art´Caffe, que me convidou para mostrar as minhas obras no seu espaço, depois de acordarmos os aspectos práticos que envolviam a exposição, perguntou-me qual o nome que pensava dar-lhe. Ainda não sabia – respondi-lhe. Despedimo-nos. À saída disse-lhe quão agradecido estava pelos meios colocados à minha disposição e com a atenção dedicada aos pormenores (incluíam a contratação duma violinista para a recepção dos convidados) e da emoção que tal facto me causava.
Emoções! – disse ele. Não percebi de imediato. Ele estava a sugerir-me o nome da exposição. Gostei tanto da ideia que resolvi fazer uma obra com esse título.
O nosso cérebro está dividido em dois hemisférios em que é dominante o esquerdo (nos canhotos é ao contrário), responsável pelo pensamento lógico e comunicação. O hemisfério direito controla a criatividade e o pensamento simbólico. Com estes dados no meu espírito, decidi dar ao lado esquerdo da tela uma tonalidade mais sombria e ao lado direito tonalidades mais cálidas. Sugeri as diversas fases do desenvolvimento humano, desde a gestação até ao estado adulto, dominante no centro da tela. Do lado direito estão as variadas manifestações artísticas do homem – desde as cavernas, passando pela música, escrita, cinema, etc.. Do lado esquerdo estão os nossos fantasmas, os nossos tabus sexuais, a nossa cultura. Por toda a tela escrevi a palavra emoções nas mais diversificadas línguas e alfabetos. Felizmente, tenho um amigo que estava na altura a estudar japonês. Para escrever em chinês, fui a um restaurante (claro!) mas só lhes digo que foi a parte mais morosa da minha obra: fazer entender a quem nos servia à mesa o que pretendia, revelou-se impossível. Ela chamou a sua chefe, a chefe chamou o supervisor... Acho que também por lá passou a cozinheira! Até hoje ainda não tenho a certeza, se é mesmo a palavra “emoções” que está escrita na tela!
Esta obra ficou diferente de todas as outras. Pensei que iria ficar comigo. Puro engano! Foi a primeira que ficou com o sinal de vendida.
Nunca mais aprendo!
A capacidade que as pessoas têm de surpreender, não deixa de me espantar!
Hesitei imenso em colocar a minha cópia de “O Beijo” no blog. Não sabia qual seria a reacção. Resolvi arriscar, pensando que os meus amigos não seriam muito duros nas críticas (sabem que eu sou muito sensível), e os outros, bem, os outros não me afectariam assim tanto.
E o que acontece?
Recebo as manifestações mais comoventes de apreço pela obra e pelo seu simbolismo.
Como posso continuar a enganar-me assim? Vejam só!
Na preparação de uma exposição, tenho sempre em atenção o local onde tem lugar e, naturalmente, o tipo de pessoas que o frequentam. Para além de escolher as obras, procuro fazer uma, específica para o sítio em que é apresentada.
O dono da Galeria Art´Caffe, que me convidou para mostrar as minhas obras no seu espaço, depois de acordarmos os aspectos práticos que envolviam a exposição, perguntou-me qual o nome que pensava dar-lhe. Ainda não sabia – respondi-lhe. Despedimo-nos. À saída disse-lhe quão agradecido estava pelos meios colocados à minha disposição e com a atenção dedicada aos pormenores (incluíam a contratação duma violinista para a recepção dos convidados) e da emoção que tal facto me causava.
Emoções! – disse ele. Não percebi de imediato. Ele estava a sugerir-me o nome da exposição. Gostei tanto da ideia que resolvi fazer uma obra com esse título.
O nosso cérebro está dividido em dois hemisférios em que é dominante o esquerdo (nos canhotos é ao contrário), responsável pelo pensamento lógico e comunicação. O hemisfério direito controla a criatividade e o pensamento simbólico. Com estes dados no meu espírito, decidi dar ao lado esquerdo da tela uma tonalidade mais sombria e ao lado direito tonalidades mais cálidas. Sugeri as diversas fases do desenvolvimento humano, desde a gestação até ao estado adulto, dominante no centro da tela. Do lado direito estão as variadas manifestações artísticas do homem – desde as cavernas, passando pela música, escrita, cinema, etc.. Do lado esquerdo estão os nossos fantasmas, os nossos tabus sexuais, a nossa cultura. Por toda a tela escrevi a palavra emoções nas mais diversificadas línguas e alfabetos. Felizmente, tenho um amigo que estava na altura a estudar japonês. Para escrever em chinês, fui a um restaurante (claro!) mas só lhes digo que foi a parte mais morosa da minha obra: fazer entender a quem nos servia à mesa o que pretendia, revelou-se impossível. Ela chamou a sua chefe, a chefe chamou o supervisor... Acho que também por lá passou a cozinheira! Até hoje ainda não tenho a certeza, se é mesmo a palavra “emoções” que está escrita na tela!
Esta obra ficou diferente de todas as outras. Pensei que iria ficar comigo. Puro engano! Foi a primeira que ficou com o sinal de vendida.
Nunca mais aprendo!
14 comentários:
Querido sabio de la Lusitania azul, como siempre una maravilla poder disfrutar de tus obras, incluso recién salidas del "horno" como el pan recién hecho,pero si además nos permites conocer cómo surgió la idea y el proceso de creación ya somos más privilegiados que la dirección de la Feria de Arte de Lisboa !! jajajaja. Me encanta ver tu obra, luego leerte ,y a continuación volver a ver la obra para descubrir nuevas "emociones" con la historia y los datos aportados.Gracias por alimentarnos con este pan de amor! Un abrazo desde un bosque profundo de Asturias!
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Que visitinha mais linda a sua!
Adorei!
Eu é que peço desculpa, que já deveria ter colocado o seu Link no meu
Blog, e “mea culpa” não o fiz. Mas vou fazer hoje sem falta :)
E também porque o tempo cá para estes lados não abunda.
Hoje o amigo apareceu cá pelos meus lados, porque já tinha de ser :)
E concordo consigo a Belo das coisas, está na sua simplicidade.
Vivendo e aprendendo é caso para dizer - Adorei e fiquei muito comovida com o que escreveu hoje - Parabéns pela venda :)
Super Fim de Semana, para si e Um Abraço amigo :)
Volte sempre :)
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Amigo António, penso que irá gostar.
É da minha amiga Gi e com a sua sensibilidade, acho que vai gostar:)
Cá fica a sugestão:
Pequenos Nadas
http://velharias-traquitanas2.blogspot.com/
Museus e Galerias de Arte
http://museusegalerias.blogspot.com/
Pássaros, Ninhos, Ovos e Penas
http://osmeuspequenosnadas-gi.blogspot.com/
Há um olhar ao horizonte nos olhos do 'adulto' no centro da pintura que me encantou... Há tantas coisas pra serem vistas e refletidas na observação desta pintura... Linda António! Parabéns pelas emoções...
Mais uma vez, Lobo das Astúrias, me fazes recordar a minha infância, quando ficava com meus amigos, com conversas de salvar o mundo, até às quatro e meia da manhã, esperando a primeira fornada de pão que comíamos com manteiga, daquela que, nos nossos dias faz mal ao colesterol, mas que
agora me faz crescer água na boca... Adeus vou comer um pão com manteiga de soja - light, julgo eu...
Miss, encanta-me a sua simpatia, a sua disponibilidade, o seu amor pelos outros. A sua amiga Gi, também foi (é?) minha amiga. Não sei porquê, há já algum tempo que não vejo "ospequenosnadas". Mas vou já fazer-lhe uma visita, para ver o que perdi.
Um carinhoso abraço.
António
Estou a ficar demasiado (?) sensível. As suas palavras são sempre tão calorosas e amigas: Elas afagam, directas, o meu coração... Obrigado.
António
El título de la exposición, me parece fantástico!!! Sobre todo porque todos nos alimentamos de emociones.
Te deseo toda la suerte del mundo!!! Un abrazo
ying-yang
interesante termómetro
de sensaciones
etapas emocionadas
emocionantes...
que haríamos sin esos enigmas?
nos ponen a pensar…
muy buena expresión!
Abrazos Amigo :)
Estimado Antonio, el DRAE dice que emoción es la "alteración del ánimo intensa y pasajera, agradable o penosa, que va acompañada de cierta conmoción somática". Y añade: "Interés expectante con que se participa en algo que está ocurriendo".
Hay palabras que dificilmente se pueden definir. Yo me quedo con las emociones que tú me transmites, lo siento por los Académicos de la Lengua
Un abrazo
Irene
Tino, não podes saber (?) quanto me toca o teu comentário. Brevemente, colocarei um díptico a que chamei, adivinha? Isso mesmo: "Ying-yang", que significa algo de muito importante para a minha família. Abraço, amigo.
Fermina, nunca peças desculpa por ser quem és: assim és bela como a noite de lua cheia em Agosto.
Um fraterno abraço.
Caro amigo, venho agradecer e retribuir as suas palavras no meu Mar de Sonhos.
Volte sempre, pois todos os amigos são bem vindoas ao meu mar.
Um abraço
Antonio...
tu obra es maravillosa!
las formas se pierden /
aparecen /
surgen como vertientes naturales...
es una emoción para el espíritu.
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