segunda-feira, 27 de abril de 2009
À PROCURA DE ROBIN DOS BOSQUES
Bosque de Bétulas
Técnica mista sobre tela colada em contraplacado 30x20cm
Comemorou-se recentemente o “Dia Mundial da Árvore”, que teve lugar pela primeira vez no estado norte-americano do Nebraska, em 1872, por iniciativa de John Stirling Morton, que conseguiu convencer toda a população a dedicar um dia no ano à plantação de árvores.
Quando fiz a postagem de “Floresta Maravilhosa”, lembrei-me desse dia e também deste bosque que, até agora, nunca mais cresceu.
No ano em que vi os quadros de paisagens de Klimt, resolvi iniciar uma série com florestas. Antes da sua execução em grande formato, pensei fazer uma experiência sobre um suporte rígido, para evitar o indesejado craclé. Por isso, este quadro foi pintado a óleo sobre tela colada em contraplacado. Para criar diversos tipos de texturas, adicionei areia à tinta e colei pequenos ramos de árvores, para melhorar o efeito tridimensional.
Só falhou um pequeno pormenor: ainda não encontrei o produto certo para fazer crescer este bosque…
sexta-feira, 24 de abril de 2009
DIA DO AMOR
Sérgio Godinho, uma voz de Abril
Dia da Liberdade Acrílico sobre papel Canson 400g
Ilustração publicada no jornal "O Rio"
A Câmara de Santa Comba Dão, terra onde nasceu o ditador António Salazar, cujo regime foi derrubado em 25 de Abril de 1974, inclui nas suas festas de comemoração da data, uma inauguração especial: a do Largo Salazar.
Um autarca, João Lourenço de seu nome, rejeita qualquer ideia de provocação e declarou: "Nunca me passou pela cabeça tal coisa. Só há três dias, alertado por um presidente de junta do PSD, é que me apercebi da coincidência".
Um antifascista, António Vilharigues, disse: "Escolher as celebrações para inaugurar obras num largo que leva o nome do símbolo do regime fascista derrubado pelo 25 de Abril, é a mesma coisa que no dia da discriminação racial alguém se lembrar de fazer uma homenagem a Hitler ou a qualquer comandante dos campos de concentração de Auschwitz ou Treblinka".
Estas duas posições relatadas nos jornais demonstram que a Liberdade é uma conquista já consolidada.
Falta saber o que vamos fazer com ela: 35 anos ainda não chegaram!
Bom fim-de-semana, em Liberdade!
segunda-feira, 20 de abril de 2009
SERIAL KILLER
Sem Título Acrílico sobre Tela 65x54cm
Já devem ter notado que eu tenho uma infinidade de séries em que nunca faço a última obra e, outras, em que não passo da primeira. Como esta…
Este quadro foi cuidadosamente planeado, para ser a pedra de toque de uma série, que me entusiasmou na sua concepção.
Toda a tela foi coberta com diversas camadas de tinta, até ficar completamente lisa, para receber o desenho final. Em algumas zonas, passei com lixa de água para a sua superfície ficar sem qualquer irregularidade. Utilizei uma paleta muito limitada: Titanium White, Ivory Black, Ultramarine Blue, Winsor Violet e Permanent Rose. Depois de satisfeito com o tom base da pintura, em que foram utilizadas todas as cores que mencionei, operação indispensável para harmonizar o fundo com o desenho, comecei por distribuir a cor escura pela tela. Neste caso, não se pode dizer que comecei a pintar da sombra para a luz, ou do escuro para o claro, porque a cor é uniforme. Não pintei com preto puro: fiz uma ligeira mistura de Permanent Rose, para “aquecer” o Ivory Black. Utilizei seguidamente o Permanent Rose com uma pitada de Titanium White, apenas para reforçar o fraco poder de cobertura do cor-de-rosa.
Francamente gostei do resultado. Não me perguntem por que razão não continuou a série.
Ah! É verdade! Deixei sem título para não condicionar os comentários…
terça-feira, 14 de abril de 2009
A FLORESTA MARAVILHOSA
Floresta Maravilhosa Acrílico sobre Tela 50x70 cm
Não sabia se estava a acordar para o sonho ou para a vida. Aquela escuridão das últimas longas horas (dias?) estava a transformar-se, lentamente, numa vereda de floresta com os tons laranja de um fogo distante que destruía o escuro e deixava adivinhar o caminho da luz. Penosamente, começou a mover-se na sua direcção. Na cabeça (ou na floresta?) ressoavam vozes que o chamavam na direcção oposta, com propósitos que não queria considerar. À medida que tomava consciência de que a luz estava cada vez mais próxima, os seus passos ganhavam maior vigor e sentia, melhor, sabia que o fim das suas provações era uma realidade. Esta certeza deixava-o com um sorriso de felicidade que queria conservar para o resto da sua vida…
Esta obra foi executada numa manhã em que acordei depois de um sonho de que retive esta imagem. Os pormenores da floresta estavam de tal maneira gravados no meu espírito que o pincel e as tintas pareciam ter vida própria…
Este quadro é de 1996. No dia 10 de Junho de 2008, descobri onde existia esta floresta e percorri a vereda representada no meu quadro, para chegar a uma quinta, onde ia comprar um vinho especial. Já estiveram pela primeira vez num local em que ficam com a sensação de o já ter visitado? Já? A mim também me aconteceu, mas nunca como naquele dia!
Aquele local, situado nas faldas da Serra da Arrábida, tem uma beleza impressionante. A pequena queda de água, a ponte e a sua vegetação luxuriante continuam a esperar por mim…
Esta Quinta está cheia de referências ao Marquês de Pombal, à Ordem de Santiago, às navegações e ao culto do Espírito Santo. A sua Capela tem um cruzeiro que apareceu nas praias de Manguellas, hoje Ajuda, vindo não se sabe de onde, com tão ricos lavores que, diz a lenda, só pode ter sido executado por Anjos…
O Cruzeiro pode não ter sido feito por Anjos, mas o resto não sei, não…
quinta-feira, 9 de abril de 2009
PÁSCOA
Páscoa & Pascuas Técnica Mista sobre papel
Este ano é a primeira Páscoa que passo com o meu neto. Apesar da minha idade, espero ter o espírito suficientemente jovem para a gozar com a alegria que qualquer descoberta merece.
A todos os meus amigos desejo que inventem uma razão para encontrar a felicidade. Neste caso, não sejam muito exigentes, porque qualquer pretexto é bom!
A partir de hoje, façam-me o favor de serem felizes!
Eu vou fazer o mesmo!
domingo, 5 de abril de 2009
AS CIDADES DAS EMOÇÕES
Centro Histórico - Faro Óleo sobre Tela 65x90cm
Esta obra é muito semelhante à anterior, em toda a sua génese, por isso, apresento-a já, porque, francamente, não gosto especialmente do resultado que obtive.
Tenho sentido que, quando a história que acompanha a obra é muito interessante, os comentários tendem a centrar-se nas minhas palavras, em detrimento da obra propriamente dita. Não sei se é bom ou mau: é a constatação do evidente.
Esta tela não tem nada de especial a relatar. Foi uma encomenda. Alguém me pediu, por razões que não têm relevância para o caso, uma tela com o centro histórico de Faro, de preferência à noite. Contestei, dizendo que não tinha máquina fotográfica com a capacidade de fotografar esse espaço com a nitidez que necessitava para realizar tal obra. O meu amigo (quem me encomenda um quadro é meu amigo) disse-me que podia ficar alojado, o tempo que fosse necessário, num hotel para realizar a obra no local.
Achei o desafio interessante e o resultado está aqui.
Desta vez, não houve polícias a atrapalhar…
Só pessoas simpáticas…
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