quarta-feira, 30 de julho de 2008

KUDU


Casal de Kudus Óleo sobre tela 60x80cm

Antílope é a designação comum para um grupo variado de mamíferos ruminantes. Estes que retratei, têm riscas verticais brancas, são dos mais raros, raça kudu, ao contrário da impala, a raça com maior população. Têm em comum uma musculatura poderosa nos quartos traseiros, que lhes permite fugir aos predadores e atingir cerca de 70 a 100 km/h. Perguntarão: Então a chita caça facilmente estes animais com os seus quase 200 km/h? Nem sempre. Quando atacados por uma chita, os antílopes para além da velocidade, saltam mais de três metros de altura e cerca de nove metros em comprimento. E, entre cada salto, têm bruscas mudanças de direcção. Então a chita nunca apanha o antílope, dirão. Claro que apanha! A sua longa cauda serve de leme para também mudar de direcção com facilidade. No entanto, o antílope consegue manter esta velocidade e capacidade de salto mais tempo do que a chita. Se não caçar a presa nas primeiras investidas a chita desiste e espera por nova oportunidade.
É uma luta equilibrada: o antílope saudável tem sempre uma boa hipótese de salvação…
E nós?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

BIG FIVE


Casal de Chitas Óleo sobre tela 75x60cm

A expressão Big Five era usada para definir os cinco mamíferos selvagens mais difíceis de serem caçados pelo homem mas a frase continua a ser usada nos safaris de observação, pelos guias locais do Kruger Park. O grupo é constituído pelo leão, elefante africano, búfalo, rinoceronte e leopardo.
Na minha viagem vi todos com excepção do leopardo. Mas tive uma prenda especial.
Perto do Parque Nacional, existem parques mais pequenos em que se garante ver todos os animais numa só viagem. Quando estávamos a decidir se devíamos ou não visitar outro, reparei que havia um parque onde anunciavam uma experiência em curso com as chitas, para ajudar a preservar a espécie que se encontra em perigo de extinção. A promessa era ver esse animal em plena liberdade e, ao mesmo tempo, contribuir para o êxito da missão. A decisão que tomámos foi ver o leopardo caçador, como também é conhecido.
É o animal mais veloz da Terra: quando se lança em direcção à presa atinge 150/200 km/h.
A sua beleza selvagem, o cromatismo da sua pele, as suas linhas aerodinâmicas e a sua anatomia, são um exemplo da perfeição que a Natureza pode conseguir através da evolução.
Não está no big five de triste memória mas, para mim, em beleza, está no top five.

terça-feira, 22 de julho de 2008

NDEBELE (2)



Os pintores nativos fazem os seus murais e a decoração das casas, utilizando desenhos geométricos com cores fortes e contrastantes. Utilizam símbolos, mas muito raramente animais ou figuras. As mulheres têm a possibilidade de poder decorar a sua casa e é, seguramente, uma das poucas prerrogativas que elas têm de se expressar individualmente.








Symmetry Óleo sobre tela 50,5 x 42,5cm
Moldura de madeira, 2,5cm de espessura, pintada a óleo

O meu quadro tem figuras geométricas, que recriei a partir dos originais, utilizando a simetria que está sempre presente em todos os desenhos que tive a oportunidade de ver.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

NDEBELE


Universo Óleo sobre tela 100x75cm
Na viagem que fiz à África do Sul, dois aspectos marcaram-me duma maneira especial: os animais selvagens que tive a oportunidade de ver e as comunidades nativas que sobrevivem, com a sua identidade, até aos nossos dias. Não há qualquer semelhança entre ver os animais em liberdade e no Jardim Zoológico: depois de poder comparar as duas situações, temos a sensação de que os animais do Jardim Zoológico têm vergonha do cativeiro em que se encontram. Com as comunidades nativas, estranhamente, não tive essa sensação: mostram-nos sem pejo as suas casas, os seus trabalhos, a sua actual maneira de viver. O povo Ndebele, cuja história se perde nas brumas do tempo, vive actualmente perto da cidade de Pretória. As pinturas das casas deste povo guerreiro, os utensílios e adornos que as mulheres usam, com o seu significado religioso, místico, talvez até mágico, foram os elementos formais e plásticos que utilizei, na criação desta obra.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

LISBOA IMAGINADA



Lisboa Imaginada Acrílico sobre tela 90x90cm
Nunca vos aconteceu estarem distraídos com um lápis ou uma esferográfica na mão a fazer gatafunhos e, de repente, tomar consciência do que estavam a fazer e gostar do resultado? Pois esta obra foi o resultado de um desses momentos. Estava a pintar uma tela bastante trabalhosa da Lisboa antiga, e tinha-me concedido um pequeno intervalo. Quando me apercebi que estava a desenhar uma espécie de cerca moura, em que não faltavam a alcáçova e a medina, com ruas íngremes e sinuosas, varandas com flores e águas-furtadas com roupa a secar, imaginei os becos e vielas de Alfama, com a roupa pendurada a secar ao generoso Sol de Portugal. Guardei os rabiscos que, com umas pequenas alterações, serviram para executar esta obra.
Imaginem!

domingo, 6 de julho de 2008

SÉRIE - VILAS HISTÓRICAS


Azenhas do Mar Óleo sobre tela 75x90cm

No concelho de Sintra, existe uma povoação, cujas origens se perdem na bruma dos tempos. Os moinhos de água, de origem árabe, deram o nome à povoação: Azenhas do Mar. É um local visitado tanto no Inverno, como no Verão, pela grandiosidade do panorama. Eu prefiro visitá-la no Inverno: menos gente e confusão, o que permite ouvir e ver em toda a sua magnificência o Oceano, a bater inclemente nas arribas que suportam as casas. Tem um interessante conjunto de piscinas escavadas na rocha. Não é um espanto? Por uma vez, a necessidade de conservar a natureza, sem afectar a vivência das populações, com um desenvolvimento integrado, foi conseguido.
Chapeau!