quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

NDEBELE I


Universo Autor António Tapadinhas
Óleo sobre tela 100x75cm

Na viagem que fiz à África do Sul, dois aspectos marcaram-me duma maneira especial: os animais selvagens que tive a oportunidade de ver e as comunidades nativas que sobrevivem, com a sua identidade, até aos nossos dias. Não há qualquer semelhança entre observar os animais em liberdade e no Jardim Zoológico. Depois de poder comparar as duas situações, temos a sensação de que os animais do Jardim Zoológico têm vergonha do cativeiro em que se encontram... Com as comunidades nativas, estranhamente, não tive essa sensação: mostram-nos sem pejo as suas casas, os seus trabalhos, a sua actual maneira de viver.
O povo Ndebele, cuja história se perde nas brumas do tempo, vive actualmente perto da cidade de Pretória. As pinturas das casas deste povo guerreiro, os utensílios e adornos que as mulheres usam, com o seu significado religioso, místico, talvez até mágico, foram os elementos formais e plásticos que utilizei, na criação desta obra.

30 comentários:

jorge disse...

Me encanta el cuadro (y la historia).

Ya pusiste uno parecido hace bastante tiempo. Te comenté que me parecian los dibujos de una alfombra.

La verdad me encantaria tener una con esos trazos.

Flor de Jasmim disse...

António
Não sou grande conhecedora de este tipo de arte, mas que adorei este quadro,adorei, talvez por ter um fascínio pelas obras africanas. O texto está muito profundo e quando fala nos animais em liberdade é fascinante. Não tenho vergonha de dizer que nunca fui ao jardim zoológico, porque não sou a apologista de ir ver animais em cativeiros e ainda ter que pagar para isso, tenho 9 gatos e todos eles são livres de andarem por onde querem,por isso de vez em quando lá vem um desgosto. Eu continuo a dizer "viva a liberdade".
Abraço

Anne M. Moor disse...

António

Que lindo que ficou... A arte criada ficaria maravilhoso em um tapete :-)

beijos
Anne

A.Tapadinhas disse...

Jorge: Por falar em Jardim Zoológico, àquela pergunta que se faz, - Se fosses um animal, qual serias? - eu responderia sem hesitar um elefante! :) Para além de outras características, por ex. a idade, hehehe!, tens uma memória igual...

Está feito um pedido para ser feita uma pintura mural e, se a Câmara Municipal a autorizar (não me estou a ver a fazê-la durante a madrugada como para os graffitis) estou a pensar fazer este quadro...

Se a ideia for para a frente estás convidado para a inauguração!
:)
Abraço,
António

A.Tapadinhas disse...

flor de jasmim: Os animais que mais me fascinam são os felinos.

Principalmente a chita o animal mais veloz sobre a terra...

Por isso, não me admira que goste tanto deles...

...livres!

Beijo,
António

A.Tapadinhas disse...

Anne: Não sei se vai acontecer ser um tapete mas...

...há uma possibilidade de ser feita num mural...

Ficas convidada para a inauguração!

Beijo,
António

folha seca disse...

Caro A.Tapadinhas
Alguem que "mora" aqui ao lado já comentou este post.
A forma como pinta e explica porque o faz ou fez, ajuda a quem não conhece a perceber a real motivação da pintura de um quadro. O meu caro para mim que sou um leigo nesta (e noutras) matérias, consegue fazer-me perceber coisas que antes não percebia, Ou seja de facto em cada post aprendo mais a "ler a pintura".
Abraço

piedadevieira disse...

Bela escolha, Antonio.
Também me encanta esse povo, essa terra.
Beijos

Anónimo disse...

Etnicamente lindo :)
Aprecio Arte e música étnica.
A tua historia e a tua obra são Maravilhas.
Ainda bem que pudeste apreciar a liberdade,e sim penso que o zoo é bem triste,basta sentir o olhar dos animais :(

Beijinhos

Ava disse...

António, a obra é belíssima!
E isso sem falsos elogios...
Retrata de forma graciosa a vida de um continente, onde a natureza ainda está integrada ao seu povo, ou vice e versa...rs
De tal forma que ainda conseguem viver como há séculos viviam...
Temo que avaliar o quanto a modernidade é nociva, em vários aspectos, é complexo, pois a mesma tira do ser o humano, o que ele tem de mais importante, suas raizes...

Bem, não sou nenhuma especialista em antropologia...rsrs

O que sinto mesmo é uma imensa ternura e sensibilidade em tuas palavras, e é isso que passa em sua obra.


BB

Graça Pereira disse...

"África Minha"... Adorei esta tela pelo belo desenho que se aprecia e por tudo aquilo que, para mim, está subentendido...os cheiros, a terra vermelha, o pôr do sol, as planícies, a alegria daqueles que pouco têm mas, entendem a vida como ninguem!
Terei de te agradecer de outra forma: Kanimambo!
Beijo e bom fds
Graça

Carmo disse...

António, sou uma leiga em termos de arte, mas adorei a pintura. Gosto do que é étnico. A história fscinou-me.

Um abraço

Boa semana

Fê blue bird disse...

Um quadro que representa um momento e uma viagem inesquecível. Tem as cores de África, intensas e quentes.
Beijinhos

A.Tapadinhas disse...

folha seca: O seu comentário é uma das boas razões para a existência deste blogue: ajudar a descomplicar aquilo que, afinal, é simples!

Muito obrigado!

Abraço,
António

A.Tapadinhas disse...

piedadevieira: É um prazer sentir que não estamos sós...

Beijo,
António

A.Tapadinhas disse...

Linda Lourenço: Só quem apreciou as duas situações pode sentir essa diferença!

Beijo,
António

A.Tapadinhas disse...

Ava: De médico e de louco, todos temos um pouco, diz a sabedoria popular.

Todos os especialistas, também os antropólogos!, precisam de uma coisa: bom-senso!

Acrescento outra: paixão!

Com estes ingredientes está habilitada a competir com qualquer especialista...
:)
Obrigado pelas motivantes palavras!

BB
António

A.Tapadinhas disse...

Graça Pereira: És uma especialista no assunto, África...

...também em dizer as palavras certas!

Kanimambo!

Beijo,
António

A.Tapadinhas disse...

Carmo: A nossa sensibilidade torna-nos especialistas em qualquer área do conhecimento...

...na pintura também!

Beijo,
António

A.Tapadinhas disse...

Fê-blue bird: Verdadeiramente inesquecível!

Para mim foi um reencontro. Tinha estado em África nos anos 60...

Beijo,
António

Pena disse...

Amigo de Excelência António:
Mais uma explosão de arrepiar pela beleza e pureza deste fabuloso óleo sob tela.
Registei pela maravilha e pelo ser humano enorme que é e que encanta tudo e todos:
"...O povo Ndebele, cuja história se perde nas brumas do tempo, vive actualmente perto da cidade de Pretória. As pinturas das casas deste povo guerreiro, os utensílios e adornos que as mulheres usam, com o seu significado religioso, místico, talvez até mágico, foram os elementos formais e plásticos que utilizei, na criação desta obra..."

Divinal e perfeito.
Parabéns.
A sua grandeza de pensamento é extraordinária, bem como, os quadros mágicos que concebe com deslumbre.
Bem-Haja, pela sua visita fabulosa ao meu blogue que gostei muito.
Honra, a sua amizade, sabe?
Abraço amigo de respeito imenso pela genial afirmação do seu carácter perfeito.
Com admiração e fascínio constante.
Grato.

pena.

MUITO OBRIGADO.
É divinal o que constrói com talento imenso.
Adorei.
Fabuloso.

Maria Kiki disse...

António!
Gostei tanto do quadro como da história. Parabéns e continue sendo assim. Com a explicação torna a pintura VIVA.

Bjs

Maria Kiki

RC disse...

Simplesmente genial esta pintura. Vista aqui e assim, parece um selo e que bela carta este "selo", enfeitaria!

A.Tapadinhas disse...

Pena: Registo com prazer as suas palavras sobre a pintura e as pessoas que ela representa, neste nosso mundo que, cada vez mais, não dá valor àquilo que realmente interessa...

Bem-haja!

Abraço,
António

A.Tapadinhas disse...

Maria Kiki: Sempre procuro dar uma noção do contexto em que a obra foi criada...

...para poder ser apreciada com maior rigor.

Beijo,
António

A.Tapadinhas disse...

relogio.de.corda: Agradeço as suas palavras! Mas...

...faltaria saber o conteúdo da carta...

Abraço,
António

Graça Pereira disse...

E o tema "África" continua...aliás, nunca se esgota!! Como seria possível esgotar aquilo que ela mais tem para dar?: Cores, espaço, infinito, vida e a sua eterna magia.!!
Lindissimo este teu trabalho!
Beijo
Graça

Flavio Ferrari disse...

Interessantíssimo ...

Nilredloh disse...

Genial!!

Nilredloh disse...

Caro António,

Quando me encontro na blogosfera e subitamente me apetece respirar e tactear a realidade e sair desta falsidade que são os blogs, venho ao seu blog! Reencontro-me com a Natureza, não a dispensando ao real palpável, mas é como quem encontra uma nascente com que saciar-se. Estas débeis palavras são um muro de isolamento por detrás do qual quem quer comunicar se encontra.

Um grande abraço!

Jorge