domingo, 28 de fevereiro de 2010
CRIANÇA COMO NÓS
Marina de Portimão Acrílico sobre Tela 50x70 (em construção)
Clique sobre a imagem para ver pormenores
O meu neto adora barcos. Nos dias que passei com ele, tornou-se obrigatório passar pela marina de Portimão, para desfrutar da sua alegria, da sua conversa com as gaivotas e o vento…
Ali mesmo, a não sei quantos graus de latitude, à hora exacta, lá estava eu com os olhos e o cérebro atentos aos reflexos das casas e dos barcos na água, contagiado pela alegria que inundava o ar salsuginoso…
Fiz o desenho com pincel e tinta preta para definir os contornos e a separação dos volumes e da cor. Só depois, ao contrário do que costumo fazer, cobri a tela com uma espessa camada de Modeling Paste, para estruturar a pintura. Quero que os meus pincéis e a tinta que vou usar transportem para a tela esta alegria feérica da cor…
Foi doce e alegre essa manhã com o meu neto.
Espero que esta obra eternize esse momento.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
MOINHOS DE ALBURRICA
Barcos em Alburrica Óleo sobre Tela 80x100 cm
Já falei algumas vezes da importância histórica dos moinhos de Alburrica, para a cidade do Barreiro. Da última vez que por lá passei, estavam cheios de andaimes, significando que estavam a fazer as obras necessárias à sua preservação.
Duvido que tenham tomado algumas medidas para evitar as modificações ambientais no estuário do Tejo, ou tenham alterado a rota dos catamarãs para que a ondulação deixe de minar os seus alicerces...
Mas, o que estão a fazer já denota alguma preocupação com a conservação do património.
As árvores morrem de pé.
Oa moinhos devem viver de pé, como os homens...
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
AS CIDADES DAS EMOÇÕES (III)
Praia da Rocha Acrílico sobre Tela 60x80cm
(clic sobre a imagem para ver em pormenor)
Acabei de pintar o mar com o mesmo azul diluído, que deixava ver o Naples Yellow que lhe servia de suporte. Na base das rochas, deixei uma sugestão de espuma e na água mais próxima, traços mais precisos, mostrando as ondas que se formam junto à praia. Detalhei com maior precisão os pinheiros que, neste caso, têm um papel fundamental no equilíbrio do quadro e, curiosamente, na estabilidade da falésia. Com delicadeza, vou percorrendo toda a tela corrigindo pormenores, tendo sempre o cuidado de não exagerar, para que a pincelada permaneça sugestiva, livre e nervosa, como o tema.
Não fiquei satisfeito com o resultado. Deixei o trabalho e fui beber um café…
No regresso já tinha uma ideia muito precisa do que faltava. Voltei o quadro ao contrário e “vi” o defeito: o mar não existia! Voltei a pintar os azuis do mar (os mesmos usados para pintar o céu) e, para os reforçar, dando maior profundidade, juntei um pouco de Prussian Blue…
E, fiquei convencido!
Gostei tanto, que me fez lembrar o poema de Fernando Pessoa
D. DINIS
Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
AS CIDADES DAS EMOÇÕES (II)
O passo seguinte foi definir os valores das cores quentes, que queria bastante elevados. Burnt Sienna, Burnt Umber, Yellow Ochre, Naples Yellow, Orange… Em contrapartida, não quis elevar demasiado os valores dos azuis, deixando o protagonismo para as brilhantes cores das falésias.
Praia da Rocha Acrílico sobre Tela 60x80cm
Reforcei as linhas de fractura com as cores terra, a que adicionei um pouco de azul ultramarino, para lhe dar profundidade. Nas partes que queria salientar utilizei a espátula bem carregada de matéria.
Amanhã, irei continuar com a tela…
Pondo de parte uma falsa modéstia, permito-me chamar a atenção para o que se está a passar no canto superior direito do Sem Margens: O “Contador de Visitas” deverá atingir um número mágico, 50.000!
Comecei em Setembro de 2007, não sei bem como, porque os meus conhecimentos para iniciar ou administrar blogues eram (são) nulos!
Agora, talvez saiba mais de blogues, e adquiri uma certeza:
Conheço mais pessoas e tenho mais amigos!
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
AS CIDADES DAS EMOÇÕES
Passei uns dias maravilhosos numa cidade que agora faz parte do meu itinerário mais procurado: Portimão! É lá que vive o meu neto Rafael, conforme se devem lembrar…
Fui convidado para fazer lá uma exposição de pintura. Aceitei imediatamente, pois assim fico com mais um pretexto para voltar.
De acordo com o meu hábito, em cada mostra, faço especialmente para a ocasião, pelo menos uma tela, com um dos seus locais mais emblemáticos. Em Portimão, a Praia da Rocha é a praia mais conhecida internacionalmente. Esta uma das razões da sua escolha; a outra, pura e simplesmente, a sua beleza!
O tamanho de tela é o maior possível em razão do espaço disponível, o suficiente para capturar a luz e o carácter da paisagem que escolhi.
No meu desenho, delimitei os traços básicos: linha do horizonte, formações rochosas, cores e sombras mais evidentes, tufos de vegetação, os pinheiros e o oceano…
O primeiro objectivo foi cobrir toda a tela com as cores dominantes, tendo em atenção que, desta vez, o céu e o mar vão perder o protagonismo que normalmente têm nos meus quadros.
Chegado a este ponto, vou encerrar os trabalhos. Amanhã, com novos olhos, poderei analisar com maior acuidade o que foi feito.
Para uma primeira sessão o avanço é considerável e, melhor ainda, estou muito satisfeito com o resultado!
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