quarta-feira, 18 de novembro de 2009
CRITICO, LOGO EXISTO
Olival Óleo sobre Tela 30x40cm
Na pintura, o artista procura transmitir mensagens e emoções, tanto mais eficientes quanto menos utilizar a muleta da escrita ou da fala, para a sua interpretação. De tal maneira, que para apreciar a qualidade do pintor, deveria ser suficiente analisar a sua obra. O que é uma tarefa impossível - só o tempo dá a exacta medida do seu real valor. Por agora, tudo é considerado Arte - um imenso saco onde convivem ovas de carapau com caviar, lixo com obras-primas, dependendo de lóbis, partidos, camas, tachos… E não são os críticos que nos podem ajudar: o fantasma de Nadar paira sobre eles. Em 1874, o fotógrafo Nadar acolheu no seu estúdio uns quadros que pareciam inacabados, pintados ao ar livre, com pinceladas rápidas e nervosas, plenas de matéria e de cores puras, fortes e contrastantes. Estas pinturas eram sistematicamente recusadas pelos académicos que seleccionavam as obras que tinham qualidade para figurar no Salon, a grande mostra que se realizava de dois em dois anos, em Paris. Na primeira exposição das obras recusadas, um jovem pintor, Monet, apresentou uma cena marinha a que chamou “Impressão - Sol nascente”. Um crítico conceituado (Louis Leroy) considerou um papel de parede mais elaborado do que aquela obra, num cáustico e corrosivo artigo intitulado: “A Exposição dos Impressionistas”. Ironicamente, esta expressão depreciativa começou a ser utilizada para definir o género de pintura que se transformou numa das mais valiosas da actualidade. No top das obras vendidas estão alguns desses artistas recusados do Salon e, entre elas, destacam-se “Retrato do Dr. Gachet e “Auto retrato sem barba”, de Van Gogh que em toda a sua vida vendeu apenas um quadro. Foi sustentado pelo seu irmão Theo que encheu a casa de obras que não conseguia vender.
Sempre me fascinou o trabalho de Van Gogh. Depois de ler as suas cartas, com a descrição dos seus mais profundos sentimentos, para além de me fascinar, comove-me…
Esta obra é a minha homenagem a Van Gogh, do qual digo, como diria Óscar Wilde:
Não tenho nada a declarar a não ser a sua genialidade!
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35 comentários:
Abrazos compañero, vengo a hacer honor al título de tu entrada....
Te visito, luego existo....
A dele e a tua António!
O movimento neste teu quadro é incrívelmente belo!!! As 2 flores que voaram e se prenderam a uma das árvores reforça esse movimento...
Beijos impressionados :-)
Anne
que lindo gente, q talento.
bjosss...
Existem, mas por muito menos tempo que os verdadeiros artistas...
Que linda obra e lindo o seu texto que acompanha e nos fala tão bem do mestre VAN GOGH.Também li as cartas..E fiquei emocionada...
Belo homenagem a sua Obra!
beijos.
Linda.
Nada a declarar... Apenas meu encantamento...
Beijos declarados :)
Bello, como el original. Precioso homenaje a un mago del color. Besos.
http://senderosintrincados.blogspot.com
Eu penso o seguinte.
Tem muito lixo aí que a mídia trata de dizer obras geniais enquanto que os verdadeiros artístas estão aí ocultos.
Depois tu passa no meu blog e procura um post Artísta Bom X Artísta Ruim.
Eu falo sobre isso e dou minha opnião sobre algumas artes.
Direto do Brasil.
Abraço.
€rik: Crítica de poeta e amigo é feita com o coração...
Abraço,
António
Anne: Falhei! Ficaram presas nas árvores!
Eu queria que atravessassem o oceano para chegarem até ti...
Beijo,
António
Nanda Assis: A tua presença no meu espaço é sempre uma alegria.
Beijo,
António
rm: Que é isso? Está mais novo o meu amigo!
Mudança de visual está numa boa!
Mas...
Se lembrou de Sansão?
:)
Abraço,
António
Linda Lourenço: Só um coração emperdenido, não se comoveria com as lancinates cartas de Van Gogh.
Beijo,
António
Ava: Essa declaração não precisa ser reconhecida por notário.
A tua palavra é suficiente para mim!
Beijo,
António
Isabel: Nunca é demais reconhecer e homenagear quem merece.
Beijo,
António
Léo Metallica: Eu não me atreveria a dizer tanto... Considero que o que pode ser lixo para mim, poderá ser arte para outro. Agora o que não admito é que alguém me imponha a sua ideia de arte: A minha é tão boa como qualquer outra!
Só o tempo, depois de assentar a poeira, vai determinar o que é Arte e o que é lixo...
Abraço,
António
PS Vou ler o teu post.
Eu senti um "frenesi em olival" - e gostei. Não entendo de arte como os que a estudam ou a apreciam de modo não instintivo.
Qto à crítica, Chico Buarque diz que "a crítica é superficial, incapaz de dar um toque. É preguiçosa, quando não desonesta".
Obrigada pela visita e voltarei sem dúvida.
Al lanzar la primera mirada a tu cuadro se me vino a la cabeza el holandes.
Nunca me fio de los criticos para valorar el arte.
tengo un metodo: No entiendo, no se que es bueno o malo. Solo se lo que me gusta.
Y suele ser lo que me trasmite y me sugiere algo.
Tem uma de tuas 'meninas' lá no Life... Living... mais uma vez :-)
Por que será que é tão difícil fechar a porta para certas coisas? rs
Eu ainda não tenho a resposta...
beijos....
querido Antonio,hacia muchos dias que no te visitaba.(tenia las alas mojadas y llenas de barro..me cai en estampida contra el suelo, una vez, mas...y no podia volar...)
pero ya esta cual ave fenix..retome la ilusion por la vida y aqui estoy de nuevo.
preciosas obras, tus colores siempre me conmueven y me asombra, la elegancia de tus pinturas,(me encanta el cuadr o de mas abajo del canario y el pendulo¡¡¡) y todos tus colores,y composiciones..
cuidate mucho¡ y cuida tu corazon¡
abrazos de oso...besos de mariposa en tus mejillas...y mucha energia y luz para tu corazon...
Barbara: Para apreciar pintura, basta uma dose de sentimento e uma pitada de bom senso...
Não sei qual o pior: ser desonesta ou preguiçosa! Em qualquer dos casos, poderá ser causadora de danos irreparáveis...
Beijo,
António
Jorge: Fatalmente, terias de te tornar um especialista...
Pensar pela própria cabeça é sempre uma mais valia apreciável.
Cada um tem o seu método para valorar o que lhe interessa. O crítico acha que tem o direito de impor os seus pontos de vista. Será um ser superior? A minha resposta é não!
Abraço,
António
Anne: Estou ansioso para ver o que fizeste com ela!
Não tenho dúvidas de que será uma coisa boa; a questão não é essa! É que eu sou muito curioso!
Beijo,
António
Ava: Tu fechas a porta, mas...
...o coração não tem portas...
...e o teu não tem segredos...
...e mesmo a password é muito fácil de quebrar!
É bom que continues assim!
Beijo,
António
Fairi: Sempre pensei que o teu nome era sinónimo de fénix...
Todos nós, e tu, por maioria de razão, temos uma capacidade, da qual muitas vezes não temos consciência, de recuperar das pequenas grandes coisas que fazem parte da nossa vida.
Já a seguir vou esperar-te numa mesa do Café Hope para me contares as últimas novidades.
Até lá.
Beijo,
António
Admirável Amigo António:
Uma Olival Óleo sobre Tela 30x40cm, FASCINANTE.
Olhe, sabe, este é um blogue que vale a pena visitar, pelo gigantismo precioso, pela sensatez e sobriedade muito lúcida de um existir fabuloso do seu autor que maravilha e enternece.
Enfim, por tudo, tudo mesmo.
Abraço forte de uma amizade inabalável e preciosa respeitadora pelas emoções que transmite de perfeição em todos os domínios (Não só pictóricos.).
MUITO OBRIGADO pela honra da sua amizade.
Deslumbrado por tanta pureza e beleza em telas de sonho.
pena
Bem-Haja, ENORME e GIGANTESCO amigo!
LINDO!...
Sem dúvida, Artistas de verdade não brigam por espaço, nem precisam: o tempo triunfa por eles.
Um dos livros que leio no momento é "Modernismo" do Peter Gay; já leu?
Ele conta por exemplo a "peça" que Gustavo Caillabotte "pregou" nos museus, obrigando-os a engolir os impressionistas.
O teu texto caiu como uma luva!
O quadro, alimenta o Espírito.
BJS!
Homenagem linda ao Mestre...mas é o discípulo menos que o Mestre?? Duvido!!
E a prova está neste belo olival, pintado com a mesma categoria e tenho a certeza com a mesma emoção.
Um beijo
Graça
Pena: A sua visita e os seus comentários são sempre um bálsamo para as agruras com que nos deparamos na vertiginosa voragem dos dias...
Bem-haja!
Abraço,
António
CHRISTINA MONTENEGRO: Fica difícil suportar certas injustiças...
... e não serve de consoloção saber que a verdade será reposta depois da morte...
Não li o livro de que falas, mas sei que Gustave Caillebotte, ao contrário da maioria dos seus amigos, era rico, o que lhe permitiu servir de mecenas, financiando exposições e comprando quadros, para que os pintores impressionistas pudessem sobreviver à crítica feroz de que eram alvo.
Beijo,
António
Graça Pereira: As minhas amigas, os meus amigos, deixam-me, muitas vezes, sem palavras quando, como agora, me comparam com os mestres que quero homenagear...
...Mas tens razão numa coisa: o quadro foi pintado com muita emoção!
Beijo,
António
Saudades António,
Fico feliz demais ao ver sua obra literária...
A Blogsfera só tem a ganhar com sua presença
e escritos dignos do grande escritor que vc é, de fato.
Há alguns dias não vinha aqui, aproveitei e me alimentei
de uma farta porção de sua inspiração...
Hoje vim te ler, e compartilhar com você um presente:
Sou a poetisa da semana no Blog do VALTER POETA e
é claro, gostaria que lesse, e caso queira, opine.
É sempre pra mim um prazer e uma honra saber sua concepção,
sua opinião, seu parecer.
Te espero...
http://valterpoeta.blogspot.com
Beijinhos...
Glória
Oi pintor poeta.
Estive por aqui lendo tua alma...
Percebendo as emoções, lendo as mensagens enviadas pelo teu pincel.
E me encantou profundamente.
Sinceramente fico lisonjeada por tua atenção
e muito feliz pelo carinho que manifesta
pelos meus escritos.
Graças a Deus ainda existem pessoas e que lêm
para além das palavras. Por isso, fico realmente
feliz por saber que o que eu escrevo, é lido por
outras pessoas sensíveis como você.
Escrever é como respirar, é necessidade e tudo
está de certa forma no contexto da minha vida.
Obrigada.
Bem-vindo, sempre.
Mil beijos
Glória Salles
Je ne reconnais pas cette toile .
Est elle de vous ou de Van Gogh ?
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