sexta-feira, 20 de março de 2009

COSTA NOVA


Palheiros da Costa Nova Óleo sobre Tela 60x100cm

Se há uma Costa Nova... Por causa da abertura da barra de Aveiro, em 1808, os pescadores de Ílhavo foram obrigados a deslocar-se da “costa velha”, mais para sul, em frente à Gafanha da Gramata, onde continuaram a praticar a arte da xávega. Isto de arte, por ser de xávega, tem direito à abertura de uns parênteses.
Esta arte é um tipo de pesca de arrasto cujas redes têm um cabo preso em terra puxado por bois que, com o progresso tecnológico, paulatinamente, foram sendo substituídos por tractores. Agora, não há bois nem tractores: toda a costa foi conquistada por outras maneiras de pescar… Toda? Não! Uma vila povoada por portugueses irredutíveis resistiu e continua a resistir à inovação: Nazaré, o único local onde ainda se pesca assim.
Estes pescadores, para guardar as alfaias da apanha das algas, redes e todos os apetrechos para a pesca, faziam com tábuas de madeira sobrepostas construções que se chamavam palheiros, por estarem revestidas com caniços. A pouco e pouco, estes palheiros transformaram-se em habitações para as famílias dos pescadores e, mais tarde, começaram a fazer melhoramentos para as alugarem ao crescente número de famílias de Vagos, Ílhavo ou Aveiro que procuravam aquela zona para férias.
Assim nasceram as casas com riscas verticais ou horizontais das mais variadas cores, num cenário improvável de surpreendente colorido.
Este quadro, que mostra o extremo oriental da Costa Nova, esteve exposto breves dias na Galeria. Foi comprado por um jovem casal que passou a sua lua-de-mel na casinha azul às riscas…
Acho que era a cor do pijama que ele despiu nessa noite…

30 comentários:

fairi disse...

ANTONIO¡¡
pero...que cuadros¡ que azules mas bonitos¡¡¡que pueblines¡¡¡¡

eres un artista si señor¡¡

feliz primavera¡¡¡

Anónimo disse...

¿esto lo has dibujado tu?

que bonito

jorge disse...

Cuadro sensacional.

Tus azules siempre me han arrebatado.

No creo que recuerde ni el color del pijama (le pregunte y me dijo: ¡Pijama! ¿Qué pijama?)

Anónimo disse...

Me gustó la historia de este "poblado", y el detalle sobre la venta del cuadro, me fascinó.

No dejé comentario sobre el cuadro anterior, y hoy me di cuenta que es porque me quedo extasiada mirándolo. Sus aguas son tan reales, que uno podría sumergirse en ellas.

Te dejo mis cariños.

Anónimo disse...

Pijama na lua de mel????????????????? Certamente foi por causa do brilho sensacional dos azuis e os reflexos na água que o lembro do brilho nos olhos de sua amada... :-)

Como sempre António, magnífico o teu quadro...

Beijos faiscantes :-)

Isabel disse...

Bonito reflejo rojizo sobre el alegre azul del agua. Me encanta el optimismo en colores de tus cuadros. Besos.
http://senderosintrincados.blogspot.com

A.Tapadinhas disse...

Fairi: Que o céu se mantenha azul, sem núvens, e que debaixo dos teu pés nasçam flores...
Beijo.
António

A.Tapadinhas disse...

Estela: Sim, mas se está bonito a "culpa" não é minha...
:)
António

A.Tapadinhas disse...

Jorge: Este azul anuncia a Primavera.
Mal seria se o rapaz se lembrasse do pijama...
Abraço.
António

A.Tapadinhas disse...

Tilie: Podes mergulhar nas minhas águas porque estão isentas de produtos perigosos.
Já não garanto que não tenha sereias...
:)
António

A.Tapadinhas disse...

Anne: Se calhar o casamento foi no Inverno...
Magníficas as faíscas que me chegaram...
Beijo.
António

A.Tapadinhas disse...

Isabel: O mundo está tão cheio de pessimismo! Deixa que eu, por agora, chame a atenção para as coisas boas...
Beijo.
António

RENATA CORDEIRO disse...

Que linda tela, Palheiros da Costa Nova! Penso em ir a Portugal no ano que vem, se estiver bem de saúde.
António:
No último dos 3 dias que fico em casa, os outros 4 são dedicados ao meu bem-estar físico fora de casa, convido você a apreciar e deixar a sua opinião no meu post no Galeria.
Um abraço,
Renata
PS: Depois, dê um pulo no FEMININA, vc vai gostar!

Carlos Bentabol disse...

CUADRO LLENO DE CONTENIDO PARA EL AUTOR, QUE HA REVIVIDO EN ÉL MUCHAS VIVENCIAS DE SU INFANCIA , NIÑEZ Ó ADOLESCENCIA, PROBABLEMENTE... BUEN CUADRO..

Anne M. Moor disse...

António:
Dá uma passadinha lá no Life... Living...

Beijos

mariam [Maria Martins] disse...

António,

já passam 0:48 do dia da POESIA!
mas 'ELA TAMBÉM MORA AQUI. SEMPRE!
deixo raminho de frésias frescas e o meu sorriso :)
mariam

Flavio Ferrari disse...

Elegância portuguesa com certeza ..

A.Tapadinhas disse...

Renata: Assim que respirar o ar de Portugal, fica logo melhor...
:)
António

A.Tapadinhas disse...

Carlos Bentabol: Em todas as nossas realizações, devemos aplicar tudo o que aprendemos e vivemos,se for com verdade, como é o caso...
Abraço.
António

A.Tapadinhas disse...

Anne: Vou a correr ver o que me espera... Pelo que conheço de ti, só pode ser coisa boa...
:)
Beijo.
António

A.Tapadinhas disse...

Mariam: Estão orvalhadas o que faz ressaltar o seu perfume... Se nós pensarmos o dia da Poesia é como o Natal: sempre que o homem quiser!
Beijo.
António

A.Tapadinhas disse...

Flavio: Tem um ar fin de siècle... só faltam aqueles inconcebíveis fatos de banho...
:)
Abraço.
António

Udi disse...

Interessante notar que o reflexo não é da imagem acima... que nos leva a um estado ainda mais contemplativo.
Lindo!
bjs

MARTHA THORMAN VON MADERS disse...

Lindo!
Suavidade , luz e sombra.
Vá por lá.
Uma boa semana para você.
beijos

A.Tapadinhas disse...

Udi: Interessante que só a Udi notou o pormenor... Quero representar a imagem que nós captamos do mundo que nos cerca... Uma câmara escura onde guardamos as nossas recordações...
Beijo.
António

A.Tapadinhas disse...

Martha: Posso utilizar as suas palavras para definir as suas visitas... Só retirava sombra.
:)
Beijo.
António

Udi disse...

...como encontrar o díptico?

A.Tapadinhas disse...

Udi: No Sem Margens - Mensagens antigas, Ying-Yang, de 27.nov.2007.
Também tem no Assertiva, de Ernesto, A Arte de António Tapadinhas...
Bons encontros.
:)
António

Udi disse...

Fiquei sem saber se comentava aqui ou lá... incrivelmente maravilhoso! Entendi porque você se remeteu ao díptico quando falamos do estado meditativo. Ele conduz mesmo à sensação de plenitude! E ainda fiquei brincando de tapar uma tela e observar uma ou outra individualmente... porque foi que pensaste num díptico para representar 2 "coisas" complementares?
Obrigada por mais essa!
beijo

xistosa, josé torres disse...

Voltei porque não tinha visto tudo.
Estive a retirar o pó mas a poucos, porque parece-me que não chegam a ficar dependurados.
Já tinha alguns, mas herdei diversos quadros e são tantos que nem todos estão pendurados do dependurados, (para mim, dependurados é uma ligação mais íntima à parede, estão dependentes dela), mas com carinho estão num roupeiro deitados para não empenarem.
Como tenho um filho em Inglaterra, que nunca mais deve voltar, é médico dentista e está a trabalhar para o Serv. Nacional de Saúde e a filha também herdou alguns, quando morrer que me desembrulhem os embrulhos e os transformem no que quiserem.
Ainda bem que há pijamas ás riscas ... mesmo na noite de núpcias.