domingo, 24 de outubro de 2010

AS CIDADES DAS EMOÇÕES


Lisboa Elevador de S. Justa Autor António Tapadinhas
Óleo sobre Tela 80x100cm

Esta obra esteve exposta junto com outra porque tinham em comum as cores utilizadas e um elemento colocado na Secção de Ouro, ou Divina Proporção, como lhe chamou mais tarde Leonardo da Vinci no seu Tratado da Pintura – o Elevador de Santa Justa.
A outra, que apresentarei a seguir, procura transmitir a sensação das cores quentes e da luz estonteante nos telhados de Lisboa. Esta, apelando mais à imaginação do observador, tem a construção cubista/cézanniana do mundo.
O movimento cubista iniciado por Braque e Picasso, divide-se normalmente em três fases. A primeira, Cézannianna, dizia que tudo se pode reduzir a cones, cilindros e esferas. A segunda, Analítica, em que as obras são trabalhadas numa cor base, e por fim, a fase do Cubismo Sintético, que é a mais geometrizada e a mais abstracta de todas. Todos os pintores de qualquer destas fases tinham em comum a admiração, a veneração por Cézanne e a sua visão construtiva do mundo.
Eu também!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ÉOLO


Moinhos de Alburrica Acrílico sobre Tela 50x50cm
(clique sobre a imagem)


Moinhos (em construção)

Já devem ter notado que os deuses gregos têm relações de tal maneira conflituosas, que será melhor não nos metermos nestas querelas familiares.
Éolo interessa-me porque, segundo a Odisseia, tratou com deferência Ulisses, ofertando-lhe um odre em que estavam encerrados todos os ventos com excepção dos ventos Zéfiros que o levariam a sua casa, em Ítaca.
Ulisses, fundador da cidade de Lisboa segundo a lenda, daí também os seus habitantes serem chamados de ulissiponenses, tem no Castelo de S. Jorge uma torre com o seu nome. Nesse local, está instalado um mecanismo óptico inventado por Leonardo Da Vinci no século XVI, um Periscópio, único existente em Portugal, que permite observar a cidade a 360º em tempo real, incluindo a margem esquerda do Tejo.
Nesta paisagem que eu, recorrentemente, fotografo e pinto, o grande destaque vai habitualmente para os moinhos de vento de Alburrica. Desta vez, queria destacar a paisagem circundante: o céu e, claro, o Rio Tejo, como estão nesta fase do trabalho.
Não consegui resistir à beleza da embarcação beijada pelas águas calmas do rio.
Quem conseguir que atire a primeira pedra!

domingo, 10 de outubro de 2010

SEM MARGENS NA BLOGALDEIA II

No dia 19 de Maio de 2009, escreveu a minha amiga, Ava, no seu Blogue "Minhas Vidas":


Vénus Autor António Tapadinhas
Óleo sobre Tela 100x100cm

Vice Versa
Autor: Mário Benedetti

Tenho medo de ver-te
necessidade de ver-te
esperança de ver-te
insipidezes de ver-te

tenho ganas de encontrar-te
preocupação de encontrar-te
certeza de encontrar-te
pobres dúvidas de encontrar-te

tenho urgência de ouvir-te
alegria de ouvir-te
boa sorte de ouvir-te
e temores de ouvir-te

ou seja
resumindo
estou danado
e radiante
talvez mais o primeiro
que o segundo
e também
vice-versa

Perde o mundo, mais um grande escritor e poeta. Mário Benedetti faleceu domingo, dia 17 de maio. Nascido no Uruguai, mais uma mente brilhante da America do Sul.
Entre seus tesouros, um em especial me encanta... aqui está, para o deleite de todos vcs!

Para ilustrar tão belo poema, nada melhor que uma bela obra de arte!
Vênus - Óleo obre tela, um quadro flamejante de paixão! Obra de António Tapadinhas, pintor português que coloca vida em seus quadros.


Um balaio de beijos, Ava!