sábado, 30 de agosto de 2008

PROGRESSO?


Escola Alfredo da Silva Óleo sobre tela 84x92cm
Na minha viagem para a pequena praia fronteira à "Casa Fantasma", depois de passar em frente da Escola Alfredo da Silva, tem de se circular por um estreito carreiro de areia solta, com pequenas dunas de ambos os lados, pontilhadas aqui e ali por tufos de eruca e cardos, as plantas que permitem a outras, como o gravieiro ou feno-das-areias, com sistemas radiculares mais eficientes, segurarem a terra para colonização de outras espécies.
Nestes carreiros encontram-se frequentemente sinais das actividades que marcaram a vida das populações ribeirinhas desta margem do Tejo: instrumentos de trabalho, pequenos cais, moinhos de maré, marinhas de sal, embarcações a necessitar de reparação…
Esse caminho, com a sua beleza selvagem, serviu-me de inspiração para esta obra. Ainda lá está, mas o tecido urbano continua a aproximar-se…
Inexoravelmente?

sábado, 23 de agosto de 2008

A CASA FANTASMA


A Casa Fantasma Óleo sobre tela 100x100cm

Na minha entrada de 31 de Maio, Farenheit 451, em que mostrei a minha tela “Caldeira do Moinho Pequeno”, escrevi a certa altura:
“O esqueleto da casa, que aparece na parte esquerda do quadro, é onde funcionava o moinho de maré. Da língua de terra, em frente, vêem-se as entradas de água que faziam girar o sistema. Num dos meus passeios pela zona, apercebi-me das possibilidades pictóricas daquela casa e do seu moinho. Depois de estudar o horário das marés, e ver as condições do tempo, porque precisava de um céu sem nuvens para poder tirar o máximo partido dos surpreendentes e espectaculares reflexos dos tijolos na água, consegui realizar uma obra que me deu grande satisfação produzir”.
Essa obra, por um motivo ou por outro, nunca cheguei a mostrá-la. Chegou a altura de cumprir o que prometi.
A perspectiva que utilizei para pintar esta tela foi a da praia junto às casas que se vêem do lado direito do quadro “Caldeira do Moinho Pequeno”.
As entradas de água dos moinhos de maré, estão perfeitamente visíveis, bem como o princípio de degradação das casas. Incrível, foi o pouco tempo que decorreu entre uma casa e um património histórico recuperável, e um monte de entulho que só pode interessar a uma pessoa esquisita, por exemplo, um pintor…

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

POVO QUE LAVAS NO RIO



Centro Náutico - Moita Acrílico sobre tela 40x60cm


A abertura da minha próxima exposição está marcada para 27 de Outubro, na Galeria do Posto de Turismo da Moita. Vai chamar-se: "Povo que lavas no rio".
Pensei mostrar nessa exposição obras que tivessem como tema principal o rio Tejo.
Esta foi a primeira da série que quero fazer no pouco tempo que falta.
Gostava de saber se valerá a pena o esforço para cumprir o objectivo a que me obriguei.
A vossa opinião conta!

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

CAVALOS DE TRÓIA


Cavalos de Tróia Óleo sobre tela 65x80cm

Na minha tela do Miradouro do Quebedo, falei da vista magnífica que se tem do estuário do Sado. Nesta, mostro um pouco do que se vê: em primeiro plano, os telhados provocantemente degradados, o porto de abrigo, o rio e, ao fundo, as torres implantadas na bela península de Tróia. Daqueles seis monólitos, dois deles foram polvilhados com 95 quilos de explosivos e o nosso primeiro-ministro, José Sócrates, carregou no gatilho que os implodiu. O espectáculo foi integrado nas festas da cidade e visto em directo na televisão. Àqueles que preferiram a visão no local, para terem a certeza que parte dos monstros tinham desaparecido, foram distribuídos oito mil binóculos.
No meu quadro, as torres ainda estão lá a estragar a linha do horizonte. O seu possuidor, se quiser, pode contactar comigo, que eu faço desaparecer as torres.
Sem explosivos…

terça-feira, 5 de agosto de 2008

AS CIDADES DAS EMOÇÕES


Sé de Lisboa Óleo sobre tela 70x60cm

As palavras usadas para descrever "Ribeira do Porto", servem perfeitamente para esta "Sé de Lisboa".
Para reforçar a textura que procurava, também misturei na tinta de óleo, areia que serviu igualmente para pintar a madeira que eu próprio cortei. Neste caso, em vez de a pintar com uma cor uniforme, transformei-a numa continuação da tela, com as cores mais esbatidas.
É mais uma visão de Lisboa, talvez menos poética, mas mais forte...