quarta-feira, 21 de maio de 2008

OS MOINHOS DA SERRA DO LOURO



Moinhos de Santo Isidro
Acrílico sobre tela 40x50cm

Os moinhos da Serra do Louro
Na postagem anterior expliquei o meu interesse em fazer algumas telas da região da Serra do Louro, em Palmela, que é um ponto estratégico deslumbrante, donde se pode observar o Estuário do Sado e o Estuário do Tejo. As suas encostas servem de pasto a rebanhos de cabras e ovelhas, que devido à flora distinta de outras áreas do Parque Natural da Arrábida, proporcionam o sabor único dos queijos de Azeitão. Depois de concluída a tela mais óbvia, o Castelo de Palmela, acabei por decidir pintar, um outro motivo de interesse constituído pelo grupo de moinhos de vento que polvilham a Serra.
Fotografia de Aníbal Sousa
Estiveram abandonados durante muito tempo, mas alguns já foram recuperados, cumprindo assim o objectivo para que foram criados: moer a farinha para fazer pão, de preferência num forno tradicional alimentado a lenha e rama de pinheiro.
Seleccionada a fotografia mais interessante para as minhas pretensões, comecei por dividir a tela em duas partes iguais, com a intenção de dar o devido destaque aos moinhos. Com esta divisão o céu ganhou uma importância decisiva. As casas, os moinhos e os campos cultivados, foram pintados com a cor impressionista, utilizando, de vez em quando, para certos elementos, a técnica divisionista, para dar a cada pormenor da paisagem a máxima expressividade. Tive em atenção a norma dum mestre que disse que quando faz paisagens, tem de haver nelas algo de figurativo. Por isso, procurei não perder o controlo da sua execução, para permitir o reconhecimento do local. Este constrangimento, não impediu uma certa autonomia da cor ou de acentuar o empastamento de algumas zonas, para exprimir com maior vigor a beleza intemporal da Serra.
Quando vi o resultado do meu trabalho lembrei-me de um génio que se tivesse pintado aquela paisagem, teria como resultado uma visão semelhante à minha: Estou a referir-me, obviamente, a Vincent Van Gogh.

Depois de “Castelo de Palmela”, já acabei “Os moinhos de Santo Isidro” e vou começar um novo quadro para apresentar nas festas de Pinhal Novo. Tenho estado a trabalhar sobre uma certa pressão, devido à aproximação da data do seu início. É por isso, que não tenho podido dar a atenção que gostaria aos blogues dos meus amigos. Prometo recompensá-los depois deste período.
Sugiro um clic sobre o quadro para ver em tamanho maior.

22 comentários:

jorge disse...

Bueno Vincent Tapadinhas, el cuadro muy logrado. Los azules esplendidos.

Las enseñanzas de como eliges la forma de pintar muy utiles para un ignorante como yo.

¡y no te disculpes por desatendernos para pintar! Los que hemos leido tu columna de la derecha ya sabemos cual es la prioridad.

Un placer ir descubriendo tu obra y recibiendo la informacion de las motivaciones para la eleccion del tema y del estilo.

No tenia ni idea de que en Portugal habia molinos de viento.

Anne M. Moor disse...

Caminhar pela relva a se movimentar com a brisa, deitar-me e ficar olhando pro céu a andar... Que coisa bem linda!
Beijos

A.Tapadinhas disse...

Jorge: Este é um quadro em que o céu tem metade do espaço: tem de ser interessante sob pena de se perder todo o conjunto. Essa prioridade mantém-se, mas há uma outra que me chega a casa pelo computador, que vai ganhando importância... Não há desculpa porque havia todos os ingredientes em Portugal para ser escrito o D. Quixote: moinhos de vento, cavalaleiros andantes, escudeiros gordos e burros, muitos burros... "Só" não tínhamos Cervantes...
Abraço.
António

A.Tapadinhas disse...

Anne: Fizeste-me lembrar aquelas mágicas noites de Verão , cálidas e sem qualquer brisa, em que deitados no chão se ficava a olhar o céu pejado por miríades de estrelas. O problema é que só resulta longe de qualquer cidade: as luzes poluem a atmosfera e quase não se distinguem as estrelas...
Beijo com estrelas.
António

Isabel disse...

En la tierra donde nací hay también molinos. El paisaje da tanta calma... me gusta el cielo que has pintado, tiene la misma luz que tus palabras. Besos.
http://senderosintrincados.blogspot.com

Anne M. Moor disse...

Por ser um campo aberto é que me deu essa vontade. É tão bom qdo se pode ver as estrelas como uma grande massa...
Beijos estrelados :-)

Desabafosescritos disse...

António que cores tão bonitas... vou embelezar o meu blog com esta beleza, pode ser? beijinhos, Laura

A.Tapadinhas disse...

Isabel: Por algum motivo somos países irmãos... Não quero mostrar uma falsa modéstia: eu também gosto muito dos azuis e do resto...
Deu-me muito, mesmo muito prazer, ver a obra acabada!
Beijo.
António

A.Tapadinhas disse...

Anne: Já reparaste que estamos a falar de de algo que não está visível no quadro? E no entanto, são tão reais... É esta a mais valia da nossa imaginação... e talvez do artista que a desperta...
Beijo de ver as estrelas.
António

A.Tapadinhas disse...

Laura: É uma honra para mim!

Beijo.
António

Anne M. Moor disse...

É mesmo António... Mas essa é a maestria do artista que faz com que se tenham sensação a partir do que ele/ela idealizou... As leituras que se fazem de uma mesma obra são inúmeras...
Beijos pensantes... :-)

elsa disse...

Olá Pai!
Este quadro prova aquilo em que sempre acreditei: o espirito de Vicent Van Gogh está em ti. É certo que a muito tempo ele não aparecia mas quando menos se espera lá aparece ele. Só te peço uma coisa: era bom o Rafael conhecer-te com as duas orelhas! :)
Quanto ao quadro, apenas duas palavras: SIMPLESMENTE LINDO!!!!!
Beijinhos,
Elsa

A.Tapadinhas disse...

Anne: Olha só o que aconteceu com a Gioconda...

Beijo.
António

A.Tapadinhas disse...

Olá filha!
Vou tentar conservar as orelhas no sítio... e sem piercings!
O quadro está aqui à minha frente e dou-te razão: é lindo!
Beijinhos para os dois!
António

Azul Diamante azul disse...

Prazer em conhece-lo a si e á sua pintura

A.Tapadinhas disse...

Bel:
O prazer foi meu! Já vou conhecê-la um pouco melhor. Até lá!
Beijo.
António

MARTHA THORMAN VON MADERS disse...

Adoro vir aqui, suas obras são por demais luminosas. tens mãos que os anjos tocaram.
Fiz postagem nova, apareça por lá, será bem vindo, e espero que goste. Um abraço
marthacorreaonline.blogspot.com

A.Tapadinhas disse...

Que é isso, Martha?! Para ser verdade, tinha de tocar suas mãos! Vou colocar o seu espaço entre os amigos para não esquecer.
Beijo.
António

RENATA CORDEIRO disse...

Se você soubesse como gosto do seu país. Só não conheci o Algarve. Mas voltarei.
Visite o meu blog. Acho que vai gostar.
wwwrenatacordeiro.blogspot.com/
não há ponto depois de www
Beijos,
Renata Cordeiro

d´Agolada disse...

O cadro é boísimo, encántame o misticismo que lle da o camiño ó cadro. Gustame máis que a foto. Bo traballo. Unnha aperta

A.Tapadinhas disse...

Renata Cordeiro: Para que não volte a acontecer, já tenho o teu endereço nos blogues amigos. O Algarve que os turistas conhecem é muito igual a outras estâncias internacionais. Com uma "pequena" diferença: vivem lá pessoas que são o melhor que Portugal tem.
Beijo.
António

A.Tapadinhas disse...

d´agolada: O misticismo que tem o quadro, é transmitido pelo espírito com que o fiz a partir de certa altura: como se Vincent me transmitisse as suas idéias.
Unnha aperta.
António